2015/08/30

2º ANIVERSÁRIO DO MOVIMENTO ECOLOGISTA DO VALE DE SANTARÉM

HOJE, 30 DE AGOSTO DE 2015, O MOVIMENTO ECOLOGISTA DO VALE DE SANTARÉM COMPLETA DOIS ANOS.

Cumprimos hoje dois anos de existência, dado que a última reunião do nosso processo de constituição foi em 30 de Agosto de 2013. Com a nossa juventude de associação, com virtudes e dificuldades, certamente com alguma coisa menos boa que tenhamos feito, aqui estamos, com os nossos princípios e a vontade firme de os levar por diante, todos os dias, onde quer que a defesa do meio ambiente no Vale de Santarém e arredores esteja em risco, assim como damos o nosso muito pequeno contributo para que, esta missão de cidadania, no Mundo, continue, para bem da Humanidade.
Assinalando o nosso 2º aniversário publicamos hoje no nosso canal no Youtube um vídeo com: princípios, uma síntese do que fizemos e a afirmação daquilo em que estamos envolvidos.
Entretanto, agradecemos os Parabéns que nos têm sido enviados, com grande abraço de
Saudações ecologistas.
A Coordenação do Movimento Ecologista do Vale - Movecologista Vale Santarem
Fundado em 30 de Agosto de 2013, o Movimento Ecologista do Vale de Santarém cumpre dois anos de...

2015/08/25

POLUIÇÃO NO RIO MAIOR, A PARTIR DA FÁBRICA DE TRATAMENTO DE TOMATE DE S. JOÃO DA RIBEIRA

ENTRAM NO RIO MAIOR, EM SÃO JOÃO DA RIBEIRA, EFLUENTES QUE POLUEM O RIO MAIOR

Dentro da missão que assumimos, desde a fundação do nosso Movimento, o rio Maior, também conhecido por vala de Asseca, ou vala real de Azambuja, é uma das nossas preocupações. Por isso, e dado que há mais de quarenta anos apresenta sinais evidentes de poluição e de abandono, é com regularidade que percorremos as suas margens na área que nos cabe ter em atenção e, por vezes, temos de subir ou descer ao longo do seu percurso, para identificar os locais de origem dos focos de poluição.

Foi assim que, tendo ido novamente à ponte de Asseca, há dias (22 de Agosto) deparámos com água negra e a cheirar mal, no rio Maior. Em visita que fizemos no mesmo dia na zona do chamado "entroncamento espanhol", a água já aí mantinha as mesmas características e, caminhando mais para montante, encontrámos em S. João da Ribeira, água avermelhada, em grande quantidade, a entrar no rio, frente à fábrica de tomate que existe naquela bonita aldeia ribatejana, a que chamaram, e com razão, "Sintra do Ribatejo". Entretanto, continuando mais para montante, notámos que antes da fábrica a água do rio Maior era em muito menor quantidade e apresentava-se clara, transparente - mostramos fotos.

Em conclusão, não parecem restar dúvidas de que é ali mesmo que se encontra um dos pontos mais negativos da poluição do rio Maior, que alastra às zonas envolventes do rio e vai depois entrar no Tejo. Os ecossistemas ficam em perigo, há peixes que morrem, a água, usada em regas, constitui um perigo para a saúde pública - a culpa não é dos seareiros, pois eles precisam de regar e não têm outra hipótese a não ser utilizar essa água carregada de poluentes perigosos, que vai contaminar os solos onde, todos os anos, se fazem searas.

Ora, esta situação, que todos os anos, por esta altura do ano acontece, com conhecimento da autarquia local e de outras entidades (Câmara Municipal de Rio Maior e Agência Portuguesa do Ambiente, por certo) é ainda mais inconcebível quando, ao que se diz, a fábrica até terá ETAR própria, mas não a colocará a funcionar.

Em deslocação aos locais, por parte de membros da coordenação do nosso Movimento, foram obtidas as fotos que aqui mostramos. Também obtivemos outras imagens, que estão no vídeo em


É urgente pôr fim a esta grave situação, da qual demos conhecimento à APA-Agência Portuguesa para o Ambiente e à GNR/SEPNA, em Santarém.

A COORDENAÇÃO DO MOVIMENTO ECOLOGISTA DO VALE DE SANTARÉM

Aspecto do rio Maior em S. João da Ribeira, antes da entrada das descargas
vindas da fábrica de tomate-Foto de 22 Ago 2015.

Aspecto do rio Maior em S. João da Ribeira, logo após a entrada das descargas 
vindas da fábrica de tomate-Foto de 22 Ago 2015.




2015/08/07

RIO TEJO - A POLUIÇÃO QUE O DESTRÓI E A INDIGNAÇÃO E ACÇÃO CÍVICA PARA O SALVAR

Nos últimos tempos, a situação do rio Tejo começou, enfim, a ser falada pelos grandes órgãos de comunicação social, depois de muitas evidências, através de fotos, vídeos e denúncias, sobretudo de populações ribeirinhas e membros de organizações ecologistas.

Por outro lado, alguns jornais e rádios locais vinham já, também, dando notícia das situações localizadas que, uma após outra, surgiam perante os olhares de quem quer que estivesse junto ao rio, sobretudo desde Vila Velha de Ródão, onde a grave poluição é gritante e promete aumentar, dado que uma nova fábrica para pasta de papel foi autorizada para aquela zona.

As descargas de materiais poluentes no Tejo são feitas nos seus afluentes ou em ribeiras que a eles conduzem ou, então, directamente, no próprio Rejo. Além da zona de Vila Velha de Ródão e outras, onde a descarga directa é o normal, há afluentes que são mártires, há anos: Almonda, Alviela, Maior. O levantamento não foi ainda feito pelos ecologistas noutros afluentes, mas não custa acreditar que iguais práticas ocorram ao longo de toda a bacia hidrográfica do Tejo, em Portugal, já que quanto a Espanha, diversos relatos e evidências são constantemente notícia.

Quem polui? Resposta simples, se falarmos em áreas de actividade - as unidades industriais, as suiniculturas, a agricultura. Também as descargas de efluentes não tratados, vindos de esgotos urbanos - há inclusive algumas ETAR que não estão a funcionar ou então funcionam cumprindo só parte da sua função. Ora, como os ecologistas sempre têm dito, e não se cansam de o repetir, o mal não está em haver unidades industriais, suiniculturas, fábricas de tomate, aviários, em haver agricultura, esgotos urbanos... Tudo isso é essencial! O mal está em não serem respeitadas as leis e os processos de fabrico, de exploração e de manutenção e controlo de funcionamento que essas actividades rigorosamente devem seguir e que, tem de lembrar-se, implicam, logo na fase de concepção e autorização, a consideração prévia dos aspectos relacionados com a defesa do ambiente, em todas as vertentes.

Não nos faltam leis sobre estas matérias, inclusive as que, vindas da União Europeia, passam a ser-nos aplicadas. O que falta é vontade política para as aplicar: antes de as unidades de todo o tipo estarem a funcionar e depois quando, em funcionamento, de modo evidente, provado, as não cumprem. Qual a razão para que assim aconteça?  Não se tratará somente de falta de vontade política. Algo mais tem sido apontado, como: promiscuidade, favorecimento, encobrimento de gente poderosa. Ora, desde o governo, aos órgãos de administração pública, às autarquias e polícias, há muita gente que não faz o seu papel. Entretanto, rios e solos degradam-se a olhos vistos. Estamos perante crimes ambientais permanentes, sem controlo e punição, prejudicando seriamente a saúde dos ecossistemas e o bem-estar das populações. É a vida que está a ser atacada. Todos os dias, de modo cada vez mais agressivo. As consequências são imprevisíveis.

É preciso enfrentarmos este grande problema. É o que continuamos a fazer, sem partidarismos políticos, com outras organizações ecologistas e a adesão, fundamental, dos Vale-Santarenos e muitos outros.

Deixamos os links para reportagens que saíram no jornal VALOR LOCAL, da região de Azambuja, que tem vindo a dedicar muita atenção ao assunto.

POLUIÇÃO NO RIO TEJO – UMA MORTE, TAMBÉM, PARA OS QUE VIVEM DA PESCA – reportagem no jornal Valor Local - Azambuja



ESTÁ NA HORA DE SALVAR O TEJO.
Câmaras, ecologistas e avieiros falam a uma só voz. – reportagem do jornal Valor Local - Azambuja

http://valorlocal.weebly.com/estaacute-na-hora-de-salvar-o-tejo.html

COORDENAÇÃO DO MOVIMENTO ECOLOGISTA DO VALE DE SANTARÉM
Alfredo Lobato-Carlos Jorge Calheiros - Carlos Vieira - Francisco Nascimento - Manuel João Sá - Nuno Pisco - Pedro Adriano - Virgílio Pereira.

2015/08/06

RIO TEJO - UM RIO ALTAMENTE POLUÍDO

O rio Tejo é hoje um esgoto. Através dos seus afluentes ou directamente, chegam ao grande rio ibérico enormes cargas poluentes, em Portugal e também em Espanha, fazendo prever que, nada sendo feito, a sua morte está próxima.
Unidades industriais, suiniculturas, agricultura e esgotos urbanos estão a dar cabo do rio. A trágica diminuição dos caudais, sobretudo em Portugal, devido aos transvases não controlados, além da diminuição da pluviosidade e da gestão das barragens, que só interessa aos privados que as detêm, acentuam ainda mais o panorama de calamidade que, nos últimos meses, se tornou evidente.
Na zona de Vila Velha de Ródão as fábricas destroem o rio e matam peixes. Mais abaixo, há afluentes que são esgotos a céu aberto, nisso se destacando o Almonda e o Maior. Poluídos há dezenas de anos, foi mais recentemente que, através das redes sociais e na comunicação social, surgiram abundantes fotos e denúncias.
Pela nossa parte, mantendo uma atenção regular sobre o rio Maior, cuja poluição atinge agora o pico, com a entrada em funcionamento da fábrica de tomate de S. Jão da Ribeira, encontrámos muito recentemente focos gravíssimos de poluição, lançada no rio por suinicultoras, que em breve divulgamos.
Em face destes acontecimentos, e dada a falta de resposta do governo, das autarquias, das autoridades do sector e das polícias (apesar dos discursos de todos eles, em sentido contrário) tomámos algumas iniciativas, uma das quais foi o requerimento de uma reunião do proTejo - Movimento pelo Tejo, organização à qual pertencemos. A reunião foi há dias, em Vila Nova da Barquinha. O comunicado que saiu da reunião foi o seguinte: 

AGIR EM DEFESA DO TEJO
O proTEJO – Movimento Pelo Tejo realizou, no passado dia 2 de Agosto, a sua Assembleia Geral onde estiveram representados a QUERCUS, a Ecocartaxo, o Movimento Ecologista do Vale de Santarém, o Movimento Cívico Ar Puro, o Observatório Ambiental do rio Tejo, a Câmara Municipal de Abrantes e cidadãos em nome individual.

Os presentes analisaram a grave situação de poluição que ocorre há largos anos na bacia hidrográfica do Tejo, com particular intensificação nos meses mais recentes, sobretudo a partir de Maio 2015, ainda mais evidente pelo acentuar da escassez de caudais.
Esta poluição, em território nacional, provém da agricultura, indústria, suinicultura, águas residuais urbanas e outras descargas de efluentes não tratados, com total desrespeito pelas leis em vigor, e sem a competente ação de vigilância e controlo pelas autoridades responsáveis, valendo a ação de denúncia das organizações ecologistas e dos cidadãos, por diversas formas, nomeadamente, através da comunicação social.
No entanto, não estão em causa as atividades realizadas por empresas e outras organizações na bacia hidrográfica do Tejo, o que se saúda e deseja, porém tal deve ocorrer com as práticas adequadas à salvaguarda do bem comum que o rio Tejo e seus afluentes constituem para os seus ecossistemas aquáticos e para as populações ribeirinhas.
Os trabalhos desta reunião resultaram nas seguintes decisões:
1º Preparar as alegações ao Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo até 12 de Outubro de 2015 tendo em vista propor medidas que contribuam para a resolução dos problemas ambientais do Tejo;
2º Mostrar indignação ao Governo e à Agência Portuguesa do Ambiente pela sistematicamente tardia e ineficaz resposta e pela escassez de meios de fiscalização face aos recorrentes episódios de gravosa poluição e escassez de caudais que têm vindo a assolar a bacia do Tejo;
3º Criar, através dos cidadãos, uma rede de vigilância dos fenómenos de poluição e da falta de caudais tendo em vista que os infratores sejam denunciados às entidades responsáveis pela fiscalização ambiental e consequentemente penalizados e sancionados;
4º Saudar os cidadãos da bacia hidrográfica do Tejo manifestando a solidariedade perante as situações graves de poluição e escassez de caudais que têm vivido, devido a ações irresponsáveis e ilegais, e que provocam a diminuição da riqueza natural desta vasta região, com repercussões de natureza económica e turística, presente e futura, e a deterioração da qualidade de vida e saúde das populações.

Na zona do Vale de Santarém vamos continuar a actuar, de acordo com estas decisões. Temos situações muito graves na área da nossa vila, reclamando acção regular de controlo e denúncia, sobre as quais daremos notícia em breve.


A Coordenação do Movimento Ecologista do Vale de Santarém.