2014/07/11

RIO MAIOR/VALA DE AZAMBUJA LIVRE DE POLUIÇÃO - VÍDEOS UM PASSEIO DE BTT, EM DEFESA DA DESPOLUIÇÃO DO RIO

Acabamos de publicar vídeos do Passeio de BTT e outras bicicletas, realizado no dia 25 de Abril de 2014, no âmbito das comemorações levadas a cabo pela Junta de Freguesia do Vale de Santarém, dos 40 anos do 25 Abril. 

A organização do passeio pertenceu ao Movimento Ecologista do Vale de Santarém, pois esta acção estava incluída no nosso plano de acção para o 1º semestre deste ano.



Os vídeos são apresentados no nosso canal no YouTube, em:

Para ver e comentar estes vídeos clique no link.


Faremos um video resumo sobre o passeio de BTT, composto por estes e alguns mais, que divulgaremos oportunamente.

Foi uma acção muito participada (mais de 40 ciclistas) tendo o percurso permitido a proximidade ao rio, onde, em alguns pontos, a cor da água e o mau cheiro deram bem a nota de como o rio Maior/vala de Azambuja está doente.


Temos em vista realizar, ainda este ano, outras acções de natureza, inseridas nos nossos objectivos de defesa do ambiente no Vale de Santarém, que serão anunciadas a seu tempo, para uma participação ampla dos cidadãos da nossa terra e outros, de todas as idades, 


como felizmente tem vindo a acontecer​
.
​Saudações fraternas




Movimento Ecologista do Vale de Santarém

A Coordenação

2014/07/09

PINHEIRO DAS AREIAS - ÁRVORE MONUMENTAL, NO VALE DE SANTARÉM - SAIU NOVA PORTARIA, PARA SUA PROTECÇÃO

Pinheiro das Areias - Árvore Monumental,
Classificada de Interesse Público em 1992
- Vale de Santarém - 
Muitos de nós, Vale-Santarenos, conhecemo-lo assim (foto à direita). Quando crianças, fomos até lá brincar, sob a sua enorme sombra, apanhar pinhões, tentar subir pelo seu enorme e largo tronco. Tentámos mesmo medi-lo, ligando-nos, pelas mãos, uns ao lado dos outros, para determinarmos quantos abraços nossos ele comportava. Debaixo dele, ou nas suas imediações, jogávamos à bola, de trapos, de borracha ou de "catchumbo", a qual, se tivéssemos a má sorte de mandar para os lados da porta da velha Mari da Serra, certo e sabido já não voltava, era esventrada por uma faca que a velha, barbuda e raivosa, coitada, já tinha preparada para tal. Pinheiro das Areias que, mais tarde, visitávamos já na adolescência, no tempo de namoro e depois recordávamos, nos tempos da emigração ou da guerra, na Índia ou em África, talvez para para a voltarmos a ver, um dia, depois do regresso...

Pinheiro das Areias (Vale de Santarém)
em 2013, já tendo sofrido mutilações
e sujeito a um processo de abandono, desleixo,
degradação e poluição envolvente.
Foram passando os anos, para nós e para o Pinheiro das Areias, talvez mais depressa do que pensávamos. Outros tempos e outras atitudes (ou falta delas) a que se foi somando o avançar da idade da monumental árvore, vieram mostrar que o perigo se aproximava dela. Hoje, como se vê na foto do ano passado (em cima) o Pinheiro das Areias está assim: mutilado, rodeado de outros pinheiros (não é mau ter companhia de outros pinheiros, talvez seus filhos, seus netos) porém o pior é que passou a ter muitas raízes à mostra – algumas têm vindo a ser cortadas, danificadas – não foi acompanhado, protegido, antes pelo contrário está sujeito ao abandono, o lixo e a poluição crescem à sua volta - foto abaixo. 
Uma das zonas onde as raízes do Pinheiro das Areias
estão à mostra, sujeitas a degradação e maus tratos.
No tempo em que brincávamos debaixo da sua copa, víamos que era uma árvore muito grande, só não sabíamos que era o pinheiro de maior perímetro de copa, pelo menos da Península Ibérica. Hoje sabemos - basta ir à net, em

http://www.icnf.pt/portal/florestas/aip/aip-monum-pt


que à data da sua classificação teria uma idade de 350 a 400 anos. Foi classificada de interesse público no Diário da República n.º 17, II Série de 21.05.92.


O Movimento Ecologista do Vale de Santarém assumiu desde a sua fundação a defesa e preservação do Pinheiro das Areias. Não só porque esta imponente e histórica árvore existe na nossa terra, mas também porque sendo ela a árvore que é, consiste num símbolo admirável, que congrega decerto sentimentos em defesa das árvores e da natureza em geral, ao mesmo tempo um símbolo e memória colectiva, um monumento da nossa terra. 

Satisfaz-nos, por isso, que tenha saído uma nova Portaria, com o nº 124/2014, de 24 de Junho, que regulamenta a Lei nº 53/2012. E o que diz a Portaria? Lê-se no jornal PÚBLICO, edição de hoje, 9 de Julho 2014, pg. 28., num artigo de Marta Lourenço, que reproduzimos aqui, com muito gosto.

ÁRVORES-MONUMENTO ESTÃO DE NOVO PROTEGIDAS

Património natural
Marta Lourenço
Há árvores consideradas monumentos-vivos pelas suas características peculiares. A lei que as protegia desde 1938 tinha sido revogada há mais de dois anos e, desde então, o arvoredo de interesse público estava desprotegido enquanto esperava regulamentação.
A nova lei, de Setembro 2012, foi agora regulamentada numa portaria, que entrará em vigor a 1 de Agosto. A portaria n.º 124/2014, de 24 de Junho (que regulamenta a Lei n.º 53/2012), determina os critérios e os procedimentos de classificação e de desclassificação das árvores. Como noticiou o PÚBLICO a 5 de Junho, as 472 árvores isoladas e os 82 arvoredos classificados até agora estavam expostos a vários perigos, como o abate ou os cortes inapropriados.
Após várias iniciativas para que a lei de 2012 fosse regulamentada, incluindo uma resolução da Assembleia da República, isso concretizou-se agora: as árvores já classificadas voltam a estar plenamente protegidas e as que justifiquem uma classificação podem concluir esse processo.
Em relação a novos pedidos, a portaria define o processo a seguir.
Ficaram claros não só os procedimentos e critérios de classificação mas também de desclassificação e as intervenções necessárias e possíveis.
“As intervenções urgentes devem limitar-se sempre ao estritamente necessário (...), devendo realizar-se com o menor sacrifício do arvoredo e das condições da sua zona geral de protecção.” O corte do tronco, de ramos ou raízes, bem como a remoção de terras ou escavações na zona protegida, são considerados contra-ordenações puníveis com coimas.
Consoante o grau de gravidade e o número de pessoas que praticam a infracção, as coimas podem ir dos 500 aos 500.000 euros.
Uma árvore pode ser classificada pelo porte, desenho, idade ou raridade.
A antiguidade é um dos parâmetros.
A portaria aplica-se aos “povoamentos florestais, bosques ou bosquetes, arboretos, alamedas e jardins de interesse botânico, histórico, paisagístico ou artístico”.
O eucalipto mais alto da Europa, com 72 metros, em Coimbra, a azinheira das aparições de Fátima e a oliveira de Pedras d’el Rei, com 2210 anos, perto de Tavira, estão agora mais longe de certos perigos.

Pelas mesmas razões, também estará mais longe de certos perigos o Pinheiro das Areias, dizemos nós


PORTANTO, JUNTA DE FREGUESIA DO VALE DE SANTARÉM, VALE-SANTARENOS… MAIS UM SUPORTE PARA A DEFESA INTRANSIGENTE DA PRESERVAÇÃO DESSA ÁRVORE HISTÓRICA: NOSSA, DA REGIÃO, DO PAÍS. DA NATUREZA TODA.